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    Ilhas Faroé: as paisagens dramáticas do Atlântico Norte

    Por: João Marcos Rosa

    7 de julho de 2022

    Ilhas Faroé: as paisagens dramáticas do Atlântico Norte

    Fotos: João Marcos Rosa. Todos os direitos reservados.

    Fotografar esse remoto arquipélago é o sonho de muitos fotógrafos de natureza. E foi pensando nisso que a Pixel Expedições planejou cuidadosamente, ao longo dos últimos anos, um roteiro que contemplasse as famosas paisagens, incluindo impressionantes quedas d’água, enormes paredões rochosos, vilarejos medievais em meio às montanhas e muito mais.

    A região de Vágar foi o ponto de partida. Nosso seleto grupo se reuniu com o fotógrafo João Marcos Rosa para afinar os detalhes do dia a dia da expedição, focando tanto na natureza inusitada quanto na cultura e hospitalidade da região.

    Viajar em uma expedição fotográfica exige um planejamento prévio cuidadoso, pois a programação pode sofrer ajustes até mesmo durante a viagem. Com o clima inóspito característico do arquipélago, as Ilhas Faroé nos trouxeram esse desafio. Em algumas ocasiões, mudamos a ordem ou substituímos locações, visando otimizar as oportunidades fotográficas de acordo com as condições climáticas, além de evitar o desgaste físico de trilhas longas. São detalhes que fazem toda a diferença na experiência do grupo.

    A partir daí, nos dedicamos a desfrutar dos melhores locais para fotografar. As dezoito ilhas que formam o arquipélago têm proximidade entre si, túneis que facilitam a locomoção e barcos, de todos os tipos e tamanhos, para o transporte aos locais de acesso mais complicado.

    Pontos para fotografar a natureza

    Visitamos locações como a cachoeira Múlafossur, considerada uma das principais atrações das Ilhas Faroé. O contraste da queda d’água caindo diretamente no mar, com uma paisagem idílica ao fundo, trouxe registros muito interessantes nos proporcionou a produção de imagens incríveis. A oportunidade de fotografar esse cenário em momentos diferentes fez com que tivéssemos uma variedade de ângulos e experimentos que pudemos aproveitar para testar novas possibilidades criativas e treinar o nosso olhar.

    Visitamos também o Lago Sorvágsvatn (Leitisvatn): por lá, a ilusão de ótica faz com que a água doce pareça distante, acima do oceano. Na verdade, ao mudar o campo de visão, as enormes falésias juntam um ao outro, criando um espetáculo do movimento e da combinação de ambientes. Um cenário que mais parece de outro planeta!

    Um dos pontos mais marcantes da expedição foi a enorme formação rochosa de Drangarnir: após uma viagem de barco, encontramos a trilha que leva a uma visão única de um dos cartões postais das Ilhas Faroé. A visita a Drangarnir exigiu ainda permissões especiais, já que está localizada em uma área privada.

    Outro momento memorável da viagem foi a cachoeira Fossá: localizada no extremo norte da ilha Streymoy, ela traz o fundo de basalto escuro que contrasta com a claridade da água, o que proporcionou fotos impressionantes, cheias de inspiração pela natureza, tanto com a lente grande angular quanto com o auxílio das teleobjetivas.

    As Ilhas Faroé são uma experiência única, ainda fora da rota turística de massa. Ao visitar as Ilhas Kunoy, Klasvisk e Borðoy, na região norte do arquipélago, encontramos cenários montanhosos que mostram a magnitude e a força da natureza em um local ainda pouco explorado por viajantes que visitam esse cantinho do Ártico. A oportunidade de conhecer a região nos trouxe uma atmosfera de contemplação e de busca por fotografias que representassem a beleza e a grandiosidade deste cenário bucólico.

    A suavidade das Ilhas Faroé

    Mas a natureza das Ilhas Faroé não se resume apenas às paisagens exuberantes. Conhecemos a Ilha de Mykines e tivemos a oportunidade de fotografar de perto os famosos puffins, ou papagaios-do-mar. Com a sociabilidade de papagaios, tão familiar a nós, mas um movimento parecido com os pinguins, o grupo ficou cativado por esses belos pássaros nórdicos. Os habitantes adoráveis da ilha trouxeram cor, estética e muita ação para as nossas fotos.

    Também tivemos a experiência de vivenciar a hospitalidade das ilhas. Em Tórshavn, pudemos conhecer os atrativos culturais da menor capital da Europa. A experiência de entrar nos bairros e vilarejos das Ilhas Faroé foi como estar em outras épocas: as casas de madeira, os telhados verdes cobertos de grama e as vielas criam uma atmosfera especial, acompanhando os pontos turísticos: o tradicional bairro Á Reyni, a Galeria Nacional de Arte, a Casa Nórdica, o Museu Histórico Nacional, além da qualidade gastronômica desse local durante os dias que ficamos hospedados.

    Como visitamos o país durante o sol-da-meia-noite, tivemos a oportunidade de interagir com esse fenômeno da natureza. A iluminação inclinada, que dura o dia todo, traz consigo uma experiência diferente para quem fotografa. Ao invés de buscar um momento ideal, a luz perfeita para o clique perfeito, pudemos entender que aquele cenário estava se mostrando para nós com toda a sua suavidade.

    A expedição às Ilhas Faroé nos proporcionou momentos de contraste e a oportunidade de vivenciar um lugar diferente de tudo que já vimos. Entre rochas enormes, falésias que ligam cenários opostos e um clima do passado, o destino foi perfeito para fotografar essa enorme variedade de paisagens dramáticas. E as imagens trazem consigo um reflexo dessas camadas do arquipélago: o misto entre natureza, estética, arquitetura e originalidade.

    Mal podemos esperar por nossa próxima expedição para este paraíso em 2023.

    O AUTOR

    João Marcos

    João Marcos Rosa

    Instagram @joaomarcosrosa

    Fotógrafo apaixonado pela cultura e vida selvagem. Jornalista por formação, João Marcos Rosa tem especial talento para contar histórias ligadas à biodiversidade e à conservação ambiental. Durante as expedições, busca compartilhar seu conhecimento e contribui para o desenvolvimento do olhar daqueles que o acompanham.

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