
Santuário Annapurna
17 Abr/2022 - 30 Abr/2022
“Não é a montanha que conquistamos, mas a nós mesmos”, disse o alpinista neo zelandês Sir Edmund Hillary, que, juntamente com o sherpa nepalês Tenzing Norgay, atingiu o cume do Monte Everest em 29 de maio de 1953. Foi a primeira expedição bem sucedida à montanha mais alta da face da Terra, o mítico pico sonho de consumo dos mais audaciosos aventureiros. Alcançar o cume que fica na cadeia montanhosa do Himalaia exige preparo, técnica, dedicação e ainda muita sorte. Mas a boa notícia é que a montanha pode também ser conquistada por quem não vive exclusivamente de aventuras. A fronteira entre o Everest dos alpinistas e dos aventureiros ocasionais é o Campo Base do Everest, o ponto final da nossa expedição para o Himalaia.
Aos 5.340 metros de altitude, esta é a base de onde os alpinistas (apenas) seguem para conquistar a grande montanha, de onde Hillary partiu. Só que para fazer o trekking até este ponto não é preciso ser um montanhista experiente: basta ter disposição para caminhar em média 7 horas ao dia e seguir as regras básicas de adaptação do nosso organismo a grandes altitudes. Aclimatação é mais importante que preparo físico e quanto mais devagar, melhor.
Tudo ao tempo certo para adaptar o corpo e afinar o olhar com um roteiro feito sob medida para contemplação e registro desta jornada transformadora. “Uso minha experiência em fotografia de aventura e natureza para colaborar com o desenvolvimento do olhar dos participantes em meio às mais diversas condições que encontraremos na montanha”, diz o líder da expedição Edson Vandeira, fotógrafo, alpinista e guia profissional de montanha. Com este currículo, ele consegue também adaptar os horários das trilhas de modo a explorar todo o potencial fotográfico da região.
A aclimatação do olhar começa na caótica e vibrante Katmandu. A capital do Nepal tem 1 milhão de habitantes, uma população simpática que se veste com tecidos multicoloridos. Junte a isso um burburinho internacional, especialmente em bairros mais turísticos como Thamel, em que tudo gira em torno do montanhismo e em completar o check list de equipamentos básicos para trekking. Lá também estão os mais importantes templos do país: o hinduísta Pashupatinath, lugar perfeito para fotografar os sadhus, e o budista Bouddhanath Stupa. Uma visita à vizinha Patan com sua Durbar Square, um fantástico conglomerado de templos milenares, completa a exploração da capital.
De Katmandu para Lukla são apenas 45 minutos de um voo para lá de especial. Da janelinha do avião, a Cordilheira do Himalaia nos dá as boas-vindas e prepara para uma experiência: a aterrissagem no emblemático aeroporto Tenzing-Hillary (olha os conquistadores do Everest aí novamente). Aos 2800 metros de altitude, sua pista parece uma tímida risca de giz em meio ao mar de montanhas.
O primeiro lampejo do Monte Everest é visto apenas no dia seguinte, quando o grupo caminha por trilhas ainda cercadas de verde que recortam o Vale do Khumbu, sagrado para os Sherpa, povo de origem tibetana que chegou por ali há cerca de 600 anos. No principal vilarejo do vale, Namche Bazaar, é hora de parar por um dia inteiro para aclimatação no patamar dos 3440 metros. O efeito colateral: vivenciar a cultura e modo de vida dos Sherpa, os “guardiões da montanha”.
“Com o passar dos dias, poderemos também perceber a mudança da paisagem. No início, a trilha é feita em meio a muito verde, passando por grandes florestas de pinheiros. Conforme ganhamos altitude, o cenário muda, tornando-se, primeiro, mais árido. Depois, mais pedregoso. Por fim, muito gelo”, conta Vandeira.
Caminhar ao lado das montanhas mais belas do mundo faz do trekking para o Campo Base do Everest uma viagem de paisagens dramáticas. Essa parte é esperada, ainda que sempre surpreendente. O inesperado é a quantidade de vilarejos pitorescos, pulsando cultura e religiosidade em lugares como o Monastério de Tengboche, o maior templo da região. Experiências como vivenciar a cerimônia celebrada pelos monges todo fim de tarde misturam-se às histórias de exploradores que passaram por ali no caminho de conquistar a montanha (ou seria a eles mesmos?).
Acima dos 4 mil metros de altitude, há outro ponto de descanso e aclimatação: o vilarejo de Dingboche. Dia de concentrar esforços para o sprint final desta jornada transformadora. A partir daí, descortinam-se aquelas imagens clássicas que ficarão registradas para sempre. Chega-se ao ponto de onde avista-se Lhotse, Makalu e Cho Oyu, três das 6 maiores montanhas do mundo; ao glaciar de Khumbu onde fica o Campo Base; e, mais acima, já a inacreditáveis 5.545 metros, ao Kala Pathar. Agora, sim, aquela icônica vista do Everest de tirar o que nos resta de fôlego e que vale cada milímetro cúbico de ar rarefeito.
Kala Pathar, o ápice desta jornada, sinaliza também que é hora de retornar. E vem a cereja do bolo: a descida de helicóptero de volta a Lukla, onde nos espera o voo de retorno para Katmandu. Sim, veremos a trilha que levamos 8 dias para percorrer sob um novo e sensacional ângulo. O melhor jeito de comemorar esta inesquecível conquista.
Legenda: (C) Café da manhã; (A) Almoço; (J) Jantar
Chegada ao aeroporto internacional de Katmandu. Recepção e traslado ao hotel para check-in. A noite, nos reuniremos com o fotógrafo e guia da viagem Edson Vandeira para um briefing detalhado sobre a expedição. Katmandu, a capital do Nepal, é hoje uma espécie de praça do mundo. A cidade cresceu tanto e de forma tão caótica que espalhou-se por todo o vale, listado como patrimônio da humanidade pela Unesco. Na alta temporada é fácil esbarrar com alpinistas de todo o mundo nos restaurantes, bares da cidade, ou nas ruas estreitas de Thamel, o bairro mais turístico e que respira montanhismo.
Katmandu possui diversas atrações. Após o café da manhã, sairemos pela cidade para explorar seus mais impressionantes monumentos, como os templos Pashupatinath (mais importante templo hindú do país), a Bouddhanath Stupa (a mais importante do país para os budistas). Ainda visitaremos Patan, local conhecido pelas artes e cercada por construções do século III e seu famoso Durbar Square com diversos templos. Retorno ao hotel no fim da tarde e pernoite.
Pela manhã, tentaremos embarcar em um dos primeiros voos para Lukla (2800m/45 min), nosso ponto de partida na trilha que nos levará até a base do Everest. O voo já é um atrativo a parte, pois proporciona uma linda vista da Cordilheira do Himalaia e um pouso, no mínimo, peculiar na encosta das montanhas. Após a chegada, encontraremos com os porters, que nos ajudarão no transporte dos equipamentos, e faremos então a primeira caminhada até o vilarejo de Phakding. No caminho, passaremos por um check point do exército para apresentarmos a documentação que nos permite acessar as trilhas do Vale do Khumbu. Noite livre para descanso e acomodação em lodge.
Pela manhã, após um café reforçado, seguiremos o curso do vale Dudh Kosi, caminharemos por fabulosas florestas de pinheiros gigantes até um enorme vale aos pés da montanha Thamserku e entrada para o Parque Nacional Sagamartha. Em seguida, temos uma caminhada em ziguezague ao longo do rio Bhote Kosi. Atravessaremos o rio por uma ponte até chegar a um ponto em que teremos a primeira emocionante vista do Monte Everest. O verde toma conta da trilha nos primeiros dias e perceberemos a mudança gradual de cenários na medida em que ganhamos altitude. No fim do dia, chegaremos ao vilarejo de Namche Bazaar, o maior e principal do Vale do Khumbu. Noite livre para descanso. Pernoite em lodge.
O dia de hoje será dedicado a aclimatação, para que o nosso organismo se acostume aos poucos com o ganho de altitude. Poderemos caminhar pelas vielas de Namche, comprar algum equipamento ou item de vestuário que tenha faltado, bem como fazer algumas caminhadas pelos arredores. Visitaremos o museu dos sherpas, de onde temos também belas vistas das montanhas. De um ponto mais alto, percebemos que o vilarejo possui o formato de uma ferradura e poderemos produzir um bom material fotográfico aqui. Pernoite em lodge.
Hoje retomaremos o trekking por uma trilha repleta de belíssimas paisagens em direção a Phunki. A segunda metade da trilha é mais acentuada até finalmente chegarmos a Tengboche, com seu famoso mosteiro, após cerca de 7 horas de caminhada. Durante o dia teremos vistas panorâmicas do Himalaia, incluindo as montanhas Kwangde, Tawachee, Everest, Nupste, Lhotse, Kantega, Thamserku e especialmente o Ama Dablam, uma das mais emblemáticas da região e com vista privilegiada desde Tengboche. Aqui está localizado também o maior monastério budista da região, e teremos a oportunidade de participar da cerimônia diária com os monges no fim da tarde. Pernoite em lodge.
“O lugar mais bonito do mundo – Seria difícil um local mais fino para adoração ou contemplação” – é assim que o explorador inglês Bill Tilman descreveu o ponto da trilha próxima a Tengboche, com o Everest majestosamente ao fundo e com o Ama Dablam envolto a um manto de neve fresca. Serão horas de trekking com a companhia de lindas montanhas até a pequena vila de Dingboche. Neste dia ficará mais claro o ganho de altitude pela mudança na paisagem. O verde dará espaço a um cenário mais seco com terra, pedras e gelo, enquanto as montanhas ficam cada vez mais imponentes aos nossos olhos. Dingboche fica muito próximo de Periche, onde está localizado um hospital utilizado muitas vezes como base de atendimento aos alpinistas que escalam pela região durante as duas temporadas anuais. Pernoite em lodge.
Mais um dia de aclimatação, agora acima dos 4.000m de altitude. Em uma curta caminhada a partir do lodge, podemos observar do alto os vilarejos de Dingboche e Periche rodeados por diversas montanhas. Podemos aproveitar o dia para fotografar com calma a região e descansar, bem como praticar a fotografia noturna. Pernoite em lodge.
O ponto principal da trilha de hoje é o lendário local onde podemos avistar três das seis maiores montanhas do mundo – Lhotse, Makalu e Cho Oyu – num piscar de olhos. Seguiremos pelo Vale do Khumbu, passando pelo já conhecido memorial em homenagem aos alpinistas que morreram tentando o sonho de escalar as maiores montanhas do Himalaia. Horas depois, chegaremos a Lobuche, um dos últimos abrigos no caminho a base do Everest. Poderemos aproveitar o fim da tarde para fotografar ao redor. Pernoite em lodge.
Hoje seguiremos a oeste do Vale do Khumbu subindo de forma constante ao lado da moraina glacial até o vilarejo de Gorak Shep (Corvo Morto, na língua local). Após o almoço, seguiremos para o glaciar do Khumbu, onde fica localizado o Campo Base do Monte Everest, bem perto da cascata de gelo. Esta é a base de onde partem os alpinistas rumo ao cume da montanha mais alta do mundo! Teremos tempo para explorar a região e fotografar antes do retorno a Gorak Shep para descanso e pernoite no lodge.
Acordaremos bem cedo para sair do lodge antes do sol nascer. Subiremos o Kala Pathar, de onde teremos, diante dos nossos olhos, uma daquelas imagens deslumbrantes que fica pra sempre na memória: a imagem clássica do Everest, marcando a fronteira entre Nepal e Tibete. Aproveitaremos a primeira luz do dia para fotografar uma das mais clássicas vistas da trilha, sem deixar de reservar um tempo para simplesmente contemplarmos o visual que jamais esqueceremos. Logo depois, vamos descer de volta para Gorak Shep, tomaremos o café da manhã e de lá pegaremos o helicóptero para iniciar o nosso retorno a Katmandu. Esta será uma incrível oportunidade para sobrevoar e visualizar o caminho que fizemos por um novo ângulo, além de deixar a experiência ainda mais completa. Vamos aterrissar em Lukla para pegarmos o voo até Katmandu. Chegada, traslado ao hotel e noite livre.
Dia livre para atividades individuais, como compras em Thamel, visita a algum templo da cidade ou ainda programar um salto de bungee jumping próximo da fronteira com o Tibete. Este dia extra também é importante caso o nosso retorno da trilha sofra atraso por algum motivo de força maior.
Dia livre. De acordo com o horário do voo, traslado ao aeroporto internacional, de onde nos despediremos com ótimas recordações.
Créditos: Edson Vandeira. Todos os direitos reservados.
Katmandu: Hotel Yatri Suites ou similar
Trilha: Lodges de montanha
US$ 3.890,00 em apto duplo
US$ 300,00 suplemento para apto individual
Formas de pagamento:
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Não inclui: